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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MAJOR TAYLOR, UM CICLISTA FANTASTICO


Major Taylor

Marshal W. Taylor foi apelidado de Major ainda adolescente porque só vestia uniforme militar enquanto realizava acrobacias na sua bicicleta na loja que trabalhava em Indianápolis. Com o passar do tempo, o dono da loja, Louis Munger direcionou o talento do jovem para as competições, quando então Major Taylor conseguiu sua primeira vitória, aos 13 anos de idade em 1892.Porém havia um problema sério: Major Taylor era negro.
Ser negro naquela época e naquela região dos Estados Unidos (sul) não era nada fácil. A Liga Americana de Ciclistas proibiu os negros de competir em 1894, justamente na época que as provas de pista estavam no auge. Major teve que contentar-se com provas menores, reservadas aos negros, nas quais demonstrou suas qualidades, chegando a ser campeão nacional (nas provas de negros).
Nessa época seu mentor Munger resolve mudar sua loja e construir uma fábrica de bicicletas mais ao norte, em Worcester, aproveitando o aumento da procura por bicicletas e também para lutar contra o racismo, numa atmosfera mais tolerante. Major pulverizou dois recordes mundiais, posteriormente anulados devido ao fato de ser negro.
Porém aos poucos as coisas mudam, e Major é finalmente admitido com competidor profissional num organismo em Nova Iorque.
Sua primeira corrida profissional foi também uma das mais difíceis: os Seis Dias do Madison Square Garden. Nos tempos em que as corridas de bicicletas eram um dos acontecimentos esportivos favoritos do público, atraindo milhares de espectadores e muito dinheiro. A estratégia de Major foi rodar 8 horas e descansar 1, vencendo a prova com 1.732 milhas. Foi aclamado, mas jurou nunca mais participar dessa tortura, pois seu forte eram os sprints.
O “ciclista de cor” como os jornais o chamavam, competiu com valentia no circuito profissional em 1897, mas teve que abandonar a luta pela vitória final quando os promotores do sul se negaram a permitir sua participação nos seus eventos. Na ocasião, a hostilidade dos ciclistas brancos passava das táticas de corrida, chegando a agressões físicas, empurrões na pista (deixando-o inconsciente em algumas oportunidades).
Ainda assim, seguiu somando vitórias e estabeleceu um recorde mundial na Milha com Saída Parada: 1 minuto e 41,4 segundos com somente 19 anos.
No ano seguinte venceu o Campeonato Mundial em Montreal, na primeira ocasião que saiu do país para competir.
Major transformava-se então no segundo atleta negro a ser campeão do mundo, após George Dixon (boxeador) em 1890.
Na temporada seguinte, voltou a bater o recorde da milha e sagrou-se campeão nacional de sprint.

As hostilidades em virtude do racismo foram diminuindo conforme ia somando vitórias. Com os prêmios obtidos, adquiriu uma loja na Avenida Hobson, uma zona exclusiva em Columbus Park. Seus vizinhos não viram com bons olhos um negro por ali e ofereceram muito mais dinheiro do que ele havia pago para que se mudasse. Major negou-se e seus vizinhos não tiveram outro remédio a não ser aceitar seu distinto vizinho: nesse momento, era um dos atletas mais ricos da época.
Durante muitos anos recusou convites para correr na Europa, pois suas crenças religiosas (era batista) o impediam de competir aos domingos. Finalmente em 1901 assinou um contrato e foi recebido com todas as honras na França e bateu a todos os então campeões europeus.
Sua fama cresceu na Europa, com passagens pela Austrália, até retirar-se em 1910 aos 32 anos de idade.
Porém, Major não teve nos negócios o mesmo sucesso das pistas. Uma série de dívidas e doenças dizimaram sua fortuna durante os anos 20 até o ponto de ser abandonado por sua mulher e perder tudo o que tinha. Em 1930 vai a Chicago tentar vender sua autobiografia, sem sucesso.
Faleceu em 1932 num hospital de caridade e foi enterrado como indigente.
Dezesseis anos mais tarde, um grupo de ex-ciclistas profissionais trataram de transladar seus restos mortais para uma tumba digna, identificada com uma placa de bronze onde se pode ler:
“Campeão Mundial de Ciclismo que superou o difícil caminho sem ódio em seu coração. Honesto, valente, crente, de vida limpa e um honrado desportista. Uma recordação a sua carreira em que sempre deu o melhor. Você se foi, mas não te esqueceremos.”
Após sua morte, publicaram suas memórias, nas quais ele insistia em levar uma “vida limpa” e repetia alguns pontos fundamentais para ele, seus famosos NÃO:
- Não atravessar a noite
- Não usar drogas
- Não comer doces baratos
- Não fumar
- Não deixar de levar uma vida limpa
- Não fazer jogo sujo
- Não ganhar com truques sujos
- Não se esquecer de ser esportivo




Fonte: http://magliarosa.wordpress.com/

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