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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Olhando o futuro: Ciclismo de Base é a solução

Um Fischer não basta Mauro Ribeiro
Murilo Fischer alcançou pela segunda vez o título de campeão brasileiro. Um feito a ser destacado, principalmente, pelo fato de Fischer ser um dos poucos integrantes brasileiros na elite do ciclismo mundial. O triunfo do catarinense demonstra duas coisas: a referência física do atleta, que tem à disposição equipe e equipamentos de ponta para desenvolver suas qualidades como ciclista, além da inteligência de prova. A estratégia adotada pelo brasileiro foi eficiente e comprovou a junção de sua qualidade técnica com a experiência de competir no exterior e ser colocado a provações muito mais severas ao longo da temporada, como ele mesmo citou depois de cruzar a meta, referindo-se as condições desfavoráveis (vento, chuva e baixa temperatura) no dia da prova. Imagine que semanas antes ele estava no Giro d’Italia e confrontado mais de três mil quilômetros de percurso. O desafio do Campeonato Brasileiro foi uma oportunidade para que Fischer mostrasse o quão diferente é a capacidade daqueles que competem na Europa. Correu individualmente, soube a melhor forma de neutralizar o pelotão e garantiu o bicampeonato. Logo, mais uma vez, teremos nosso representante na elite do ciclismo mundial. Os feitos do catarinense devem ser destacados, no entanto, vislumbrar maiores chances para mais ciclistas futuramente é algo que não pode passar despercebido. Atualmente, a estrutura do esporte exige uma preparação adequada, um nível de competitividade elevado, que proporcione a ebulição de jovens talentos. O objetivo de abrir caminhos que parecem mais distantes e confrontar diferenças radicais são as chaves para o desenvolvimento de desses talentos. Para que isso ocorra, porém, é necessária uma estrutura que ofereça um conceito e uma dinâmica de treinamentos e avaliação do atleta. Mas fazemos isso? Não. Na verdade precisamos aprender e compreender que um Murilo Fischer no pelotão não basta. Por conta disso, desenvolver um modelo sustentável no ciclismo de base torna-se ainda mais importante. Com atletas jovens, entre 19 e 20 anos, vislumbrar feitos relevantes e ter condições de integrar equipes ProTour. É possível observar o investimento realizado pelos times estrangeiros. A Astana, por exemplo, já apresentou seu projeto para uma equipe B, assim como a Katusha, que visa desenvolver o ciclismo russo e descobrir atletas com potencial para defender as cores do time e do país em Olimpíadas e Mundiais. Sem esquecer que os plantéis têm o que há de melhor em fisiologia, biomecânica, nutrição etc. O Brasil dispõe de uma distante filosofia de preparação. Uma educação longínqua e atrasada, que não tem a capacidade de agregar os itens suficientes para melhorar a performance do atleta. Esbarramos em uma limitação que, diga-se de passagem, não faz parte somente do ciclismo. Portanto, que a oportunidade – mais uma vez vigente para nós amantes do esporte – em termos o nosso campeão no ProTour não fique apenas no título de Fischer. Como já foi dito, apenas um Murilo no pelotão não bastará. Podemos e devemos buscar mais. Existe visibilidade e interesse. Imaginar dez brasileiros no pelotão, por mais distante que pareça, não é impossível. Lutar para acompanhar o processo de globalização dentro do ciclismo é uma tarefa árdua, mas que será de muita valia no futuro. Fischer foi uma pedra preciosa e lapidada aos poucos. Que possamos agregar e potencializar nosso esporte e assim encontrar ainda mais jóias em meio a essa imensidão de talentos sem oportunidades. Fonte:http://prologo.uol.com.br/ Tomo a liberdade de acrescentar o seguinte: Quem assiste corridas de bicicleta no brasil facilmente irá constatar que atualmente é um esporte de Tios e Avós, tudo bem que eles são exemplos de dedicação e vida para os mais jovens, mas só isto não basta é urgente o investimento maciço na base é lá que está o futuro.

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