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quarta-feira, 23 de maio de 2012

GIRO D'ITALIA ETAPA 17 COMENTÁRIO DE HELENA DIAS PARA PEDALEO.COM

Traducción en portugués
fONTE: PEDALEO.COM

17ª ETAPA Falzes/Pfalzen – Cortina d’Ampezzo (186 km) 23 Maio

Vitória de ‘Purito’ para o amigo Xavi
Emoção. Esta é a palavra que marca o dia no Giro. Mesmo antes de começar, uma recordação emocionada: minuto de silêncio em memória de Xavi Tondo... inesquecível pelo seu sorriso, amor ao ciclismo, entrega à bicicleta e descrito pelo pelotão como sendo um companheiro de estrada insubstituível. Assim era há um ano, assim será sempre recordado.

Emocionante era também o percurso do dia. Imponentes montanhas, os Dolomitas, Património Natural da Humanidade pela Unesco, a natureza no seu máximo esplendor: Passo Valparola (2ª cat.), Passo Duran (1ª cat.), Forcella Staulanza (2ª cat.) e Passo Giau (1ª cat.)... Ainda não estávamos perante a etapa rainha desta edição do Giro, mas já havia muita expectativa em torno da 17ª etapa, que ligou Falzes/Pfalzen a Cortina d’Ampezzo ao longo de 186 km. Secondo Magni (1939), Fausto Coppi (1948), Louison Bobet (1951), Angelo Conterno (1955), Giuseppe Parletto (1977)... Trinta e cinco anos depois foi a vez de ‘Purito’ Rodriguez (Katusha), o maglia rosa, triunfar...

Nem um momento de tranquilidade. Os primeiros quilómetros foram marcados por sucessivas tentativas de fuga, com o pelotão a negar cada cada uma delas. Mas ao 45 km estava consolidado um grupo interessante para a escapada do dia: Kevin Seeldrayers (Astana), Branislau Samoilau (Movistar), José Serpa (Androni), Matteo Rabottini (Farnese) e Matteo Montaguti (AG2R). Estes homens tinham pela frente, já ao 56,5 km, a subida de 14,1 km até Passo Valparola. Apesar de ser a primeira e mais ‘fácil’ subida do dia, com 5,5% de pendente média e 13% de máxima, o grupo da frente foi escalando, até ao seu alto, a perder tempo para o pelotão. Rabottini, vencedor da 15ª etapa, foi soberano no cimo de Passo Valparola.

A descida era mero ponto de passagem para mais uma ascensão. 12,2 km de dureza até Passo Duran, com 8,1% de pendente média e 14% de máxima. No pelotão, as coisas não estavam fáceis. Vencedora no dia anterior, a Euskaltel-Euskadi encabeçava o grupo e endurecia a corrida de tal forma, que muitos corredores estavam a ficar para trás. E ainda mais se viu a vantagem diminuir com a Liquigas a assumir o trabalho no pelotão. Na frente, a menos de dois minutos, Serpa e Samoilau, Rabottini e Seeldrayers deixavam para trás Montaguti. Mas a Euskaltel tinha uma ideia na mente ao retirar-se da frente do pelotão: Mikel Nieve ao ataque, em plena subida, para alcançar os homens da fuga. E conseguiu, depois de passar o alto, onde Rabottini foi novamente soberano em Passo Duran.

Mais uma descida até à penúltima dificuldade do dia. Forcella Staulanza, 12,3 km de ascensão a 6,9% de pendente média com 11% de máxima. Nada comparado com o que já tinham enfrentado. A subida começou com Rabottini a ficar para trás. Agora, era Nieve a comandar na frente com Serpa, Samoilau e Seeldrayers. Mas este grupo já não ia muito longe sozinho. A Liquigas trabalhava a todo o gás, num pelotão cada vez mais reduzido, absorvendo todos os que restavam na frente. O sofrimento estava estampado no rosto dos corredores à passagem no alto, onde Francesco Failli (Farnesi) foi quem coroou Forcella Staulanza. Um dos favoritos não resistiu à dureza da terceira montanha e ficou para trás, Roman Kreuziger (Astana).

Chegaram então à última ascensão do dia. Passo Giau, com pendente média de 9,3% e máxima de 14%, fez sofrer os corredores ao longo de 9,9 km e reduziu ainda mais o pelotão sempre comandado pela arrasadora Liquigas... Agora, restavam apenas seis homens na frente a 25 km para o final. Com Ivan Basso (Liquigas) à cabeça, Michele Scarponi (Lampre), Domenico Pozzovivo (Colnago), Joaquim Rodriguez (Katusha), Rigoberto Uran (Sky) e Ryder Hesjedal (Garmin) lideravam a corrida na sua fase final. O sexteto olhava-se friamente, estudavam cada movimento do outro. Tratava-se dos favoritos (ou quase todos) e a tensão era enorme. Um pouco atrás, Nieve tentou surpreender mais uma vez neste dia, tentando chegar a este grupo, mas a subida era dura e parecia interminável. Não era o seu dia. Já Scarponi e Uran começaram a ceder na aproximação ao alto. Razão? A força do ataque de Pozzovivo para ser ele a coroar Passo Giau.

Mas este ainda não era o final do dia. A menos de 20 km para a meta havia que fazer frente a uma descida. Quatro destacaram-se dos demais: Hesjedal, Rodriguez, Basso e Pozzovivo. A 5km, Uran reentrou no grupo e, apesar de algumas dificuldades físicas evidentes, Scarponi também conseguiu chegar ao grupo a 2 km da meta. Faltava tão pouco e, à passagem pelo ‘pavé’ no último quilómetro, a tensão estava no seu auge! Novamente unido, o sexteto esperava pelo primeiro sinal de ataque. Só a vitória importava, pois não havia bonificações. E foi ‘Purito’, a fazer jus à maglia rosa, que sprintou para mais uma vitória na Corsa Rosa, esta com uma emoção maior: dedicada a Xavi Tondo.

escreve em português de acordo com a antiga ortografia
Helena Dias (Corresponsal en Lisboa para Pedaleo.com)

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